Dificuldade de visão
Embora
os alunos com Síndrome de Down costumem ser muito bons em aprender
visualmente e sejam capazes de utilizar este habilidade para aprender o
currículo, muitos têm alguma dificuldade de visão: de 60 a 70% usam
óculos antes dos 7 anos e é importante diagnosticar e sanar as
dificuldades que eles possuem.
ESTRATÉGIAS
- Coloque o aluno mais à frente
- Escreva com letras maiores
- Faça apresentações simples e claras
Dificuldade de audição
Muitas
crianças com Síndrome de Down têm alguma perda auditiva, especialmente
nos primeiros anos. Até 20% apresentam perda sensorial-neural, causada
por defeitos no desenvolvimento do ouvido e nervos auditivos. Outros 50%
podem ter perda auditiva ocasionada por infecções respiratórias que
costumam ocorrer por conta dos canais auditivos mais estreitos. É
especialmente importante checar a audição da criança porque ela afetará
sua fala e linguagem.
A
clareza da audição também pode ser flutuante e é importante identificar
que respostas inconsistentes podem ser fruto de deficiência auditiva e
não falta de entendimento ou atitude indesejada.
ESTRATÉGIAS
- Coloque o aluno mais à frente
- Fale diretamente ao aluno
- Reforce o discurso com expressões faciais, sinais ou gestos
- Reforce o discurso com material de apoio visual – figuras, fotos, objetos
- Escreva novo vocabulário no quadro
- Quando outros alunos responderem, repita suas respostas alto
- Diga de outra forma ou repita palavras e frases que possam ter sido mal-entendidas
Sistema motor fino e grosso
Muitas
crianças com Síndrome de Down têm flacidez muscular (hipotonia), o que
pode afetar sua habilidade motora fina e grossa. Isso pode atrasar as
fases do desenvolvimento motor, restringindo experiências dos primeiros
anos, tornando o desenvolvimento cognitivo mais lento. Na sala de aula, o
desenvolvimento da escrita é especialmente afetado.
ESTRATÉGIAS
- Oferecer exercícios extras, orientação e encorajamento – todos as habilidades motoras melhoram com a prática.
-
Oferecer atividades para o fortalecimento do pulso e dedos, como por
exemplo alinhavar, seguir tracinhos com o lápis, desenhar, separar,
cortar, apertar, construir, etc.
- Usar um grande leque de atividades e materiais multi-sensoriais.
- Procurar que as tividades sejam o mais significativas e prazerosas possível.
Dificuldade de fala e de linguagem
Crianças
com Síndrome de Down típicas possuem dificuldade de fala e linguagem e
devem ser atendidas regularmente por fonoaudiólogos que podem sugerir
atividades individualizadas para promover o desenvolvimento de sua fala e
linguagem.
O
atraso na linguagem é causada por uma combinação de fatores, alguns
deles físicos e alguns devido a problemas cognitivos e de percepção.
Qualquer atraso em aprender a entender e usar a linguagem pode levar a
um atraso cognitivo. O nível de conhecimento e entendimento e, logo, a
habiliade de acessar o currículo vai inevitavelmente ser afetada.
Habilidades receptivas são mais desenvolvidas do que habilidades de
expessão. Isso quer dizer que as crianças com Síndrome de Down entendem
mais do que são capazes de expressar. Como resultado disso, as
habilidades cognitivas destes alunos são freqüentemente subestimadas.
ATRASO NA AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM
- Vocabulário menor, levando a um conhecimento geral menor.
-
Dificuldade de aprender regras gramaticais (não usar vocábulos de
conexão, preposições, etc), resultando num estilo telegráfico de
discurso.
- Habilidade para aprender vocabulário novo mais fácilmente do que as regras gramaticais.
- Maiores problemas em aprender e usar linguagem social.
- Maiores problemas em entender linguagem específica apresentada no currículo.
- Dificuldade em compreender instruções.
Além
disso, a combinação de ter uma boca menor e músculos da boca e da
língua mais fracos torna a formação das palavras fisicamente mais
difícil, e quanto maior a frase maiores ficam os problemas de
articulação.
Problemas
de fala e linguagem para estas crianças normalmente significam que
menos oportunidades lhes são oferecidas para manter uma conversação. É
mais difícil para eles pedir informação ou ajuda. Os adultos costumam
fazer perguntas fechadas, ou terminar uma frase pelas crianças sem lhes
dar tempo para falarem por si próprios nem ajudar para que eles consigam
fazê-lo.
A consequência disso é que a criança:
- Ganha menos experiência de linguagem que lhe dê oportunidade de aprender novas palavras e estruturas de período.
- Tem menos oportunidade de praticar para tentar falar com mais clareza.
ESTRATÉGIAS
- Dar tempo para o processamento da linguagem e para responder.
- Escutar atentamente – seu ouvido irá se acostumar.
- Falar frente à frente e com os olhos nos olhos do aluno.
- Usar linguagem simples e familiar, com frases curtas e enxutas.
- Checar o entendimento – pedir para a criança repetir instruções dadas.
- Evitar vocabulário ambíguo.
- Reforçar a fala com expressões faciais, gestos e sinais.
- Ensinar a ler e usar palavras impressas para ajudar a fala e a pronúncia.
- Reforçar instruções faladas com instruções impressas, usar também imagens, diagramas, símbolos e material concreto.
- Enfatizar palavras-chave reforçando-as visualmente.
- Ensinar gramática com material impresso, cartões de figuras, jogos, figuras de preposições, símbolos, etc.
- Evitar perguntas fechadas e encorajar a criança a falar além de frases monosilábicas.
-
Encorajar o aluno a falar em voz alta na sala dando a ele estímulos
visuais. Permitir que eles leiam a informação pode ser mais fácil para
eles do que falar espontaneamente.
- O uso de um diário para casa e escola pode ajudar os alunos a contar suas “ novidades”.
- Desenvolver a linguagem através de teatro e faz-de-conta.
- Encorajar o aluno a liderar.
- Criar oportunidades onde ele possa falar com outras pessoas, por exemplo, levar mensagens, etc.
-
Providenciar várias atividades e jogos de ouvir por pouco tempo e
materiais visuais e táteis para reforçar a linguagem oral e fortalecer
as habilidades auditivas.
DÉFICIT DE MEMÓRIA AUDITIVA RECENTE E NA HABILIDADE DE PROCESSAMENTO AUDITIVO
Outros
problemas de fala e linguagem em crianças com Síndrome de Down surgem
por conta de dificuldades na memória auditiva recente e nas habilidades
de processamento auditivo. A memória auditiva recente é a memória
armazenada usada para manter, processar, entender e assimilar a língua
falada o tempo suficiente para responder. Qualquer déficit na memória
auditiva recente vai afetar consideravelmente a habilidade do aluno em
responder a palavra falada ou aprender a partir de situações que se
prendam somente a sua habilidade auditiva. Além disso, eles acham mais
difícil seguir e lembrar de instruções verbais.
ESTRATÉGIAS
- Limite a quantidade de instruções verbais a uma de cada vez.
- Dê tempo à criança para processar e responder às colocações verbais.
- Repita individualmente para o aluno qualquer informação ou instrução que foi dada a classe como um todo.
- Tente evitar instruções ou discussões na classe que sejam muito longas.
- Planeje traduções visuais e-ou atividades alternativas.
Lembre-se:
em geral, crianças com Síndrome de Down têm fortes habilidades de
aprendizagem visual mas não são bons aprendizes auditivos. Sempre que
possível eles necessitam de apoio visual e concreto e materiais práticos
para reforçar as informações auditivas.
Capacidade de concentração mais curta
Muitas
crianças com Síndrome de Down têm uma capacidade de concentração mais
curta e são facilmente distraídos. Além disso, a intensidade do
aprendizado com apoio, especialmente quando ele se dá individualmente, é
muito maior e a criança se cansa mais facilmente do que a criança que
não necessita deste apoio.
ESTRATÉGIAS
- Construa uma gama de tarefas curtas, focalizadas e definidas claramente nas aulas.
- Varie o nível de demanda de tarefa para tarefa.
- Varie o tipo de apoio.
- Use os outros colegas para manter o aluno trabalhando.
- Na hora da rodinha, situe o aluno próximo ao professor (sem sentar no colo!).
- Providencie um quadrado de carpete para que a criança fique sentada no mesmo lugar.
- Trabalhar no computador às vezes ajuda a manter o interesse da criança por mais tempo.
-
Crie uma caixa de atividades. Isso é útil para as horas em que a
criança terminou sua atividade antes de seus colegas, precisa mudar de
tarefa ou precisa dar um tempo. Coloque uma série de atividades que o
aluno gosta de fazer, incluindo livros, cartões, jogos de manipulação,
etc. Isso encoraja a escolha dentro de uma situação estruturada. Deixar
que outra criança participe é uma boa maneira de encorajar amizade e
cooperação.
GENERALIZAÇÃO, PENSAMENTO ABSTRATO E RACIOCÍNIO
Quando
uma criança tem deficiência de fala e linguagem, suas habilidades de
pensamento e raciocínio são inevitavelmente afetadas. Ela encontra mais
dificuldade em transferir suas habilidades de uma situação para outra.
Conceitos e assuntos abstratos podem ser particularmente difíceis de
entender e a capacidade de resolução de problemas pode ser afetada.
ESTRATÉGIAS
- Não assuma que o aluno vai transferir conhecimento automaticamente.
- Ensine novas habilidades usando uma variedade de métodos e materiais e em vários contextos diferentes.
- Reforce o aprendizado de conceitos abstratos com materiais concretos e visuais.
- Ofereça explicações adicionais e dê demonstrações.
- Encoraje a solução de problemas.
CONSOLIDAÇÃO E RETENÇÃO
Alunos
com Síndrome de Down geralmente levam mais tempo para aprender e
consolidar coisas novas e a habilidade de aprender e absorver o
aprendizado pode variar de um dia para o outro.
ESTRATÉGIAS
- Ofereça mais tempo e oportunidade para repetições adicionais e reforço.
- Apresente informações e conceitos novos de maneiras variadas, usando material concreto, prático e visual, sempre que possível.
-
Siga em frente mas sempre dê uma revisada para assegurar que coisas
aprendidas anteriormente não ficaram esquecidas com a assimilação das
novas informações.
ESTRUTURA E ROTINA
Muitas
crianças com Síndrome de Down se dão bem com rotina, estrutura e
atividades focalizadas claramente. Situações informais e sem estrutura
são geralmente mais difícieis para eles. Eles também podem se sentir
contrariados com qualquer mudança. Podem precisar de maior preparação e
podem levar mais tempo para se adaptar às mudanças na sala de aula e nas
transições.
ESTRATÉGIAS
- Explique sobre a grade de horários, rotinas e regras escolares explicitamente, dando tempo e oportunidade para que aprenda.
- Providencie uma grade de horários visualmente atraente: use palavras, desenhos, figuras e fotos.
- A progressão da aula durante o dia deve poder ser acompanhada pelo horário.
-
Quando uma grade visual não for apropriada, arrume uma série de fotos
ou figuras descrevendo as atividades escolares. Estas fotos podem ser
mostradas a criança antes da atividade ser começada.
- Certifique-se de que a crinaça sabe qual será a próxima atividade.
- Atenha-se à rotina sempre que possível.
- Prepare a criança com antecedência se souber que haverá alguma mudança e informe os pais.
- Solicite a ajuda da criança na preparação para a atividade subsequente dando-lhe uma tarefa específica.
INCLUSÃO SOCIAL
O
objetivo primordial para qualquer criança de 5 anos entrar na escola é a
inclusão social. Como com qualquer criança, é muito mais difícil
progredir nas áreas cognitivas até que ela seja capaz de se comportar e
interagir com os outros de maneira socialmente aceitável e entender e
responder apropriadamente ao ambiente que a cerca. Todas crianças com
Síndrome de Down se beneficiam em se misturar com colegas com
desenvolvimento típico. Muitas vezes eles ficam felizes em agir como os
colegas e geralmente os usam como modelos para o comportamento social
apropriado e motivação para aprender. Este tipo de experiência social,
quando existe a expectativa de que as outras crianças se comportem e
consigam fazer coisas de acordo com sua faixa etária, é extremamente
importante para as crianças com Síndrome de Down, que geralmente tem um
mundo mais confuso e menos maduro social e emocionalmente. Mesmo assim,
muitas delas precisam de ajuda adicional e apoio para aprender as regras
para o comportamento social apropriado. Elas não aprendem facilmente de
forma incidental e não pegam as convenções intuitivamente como seus
colegas. Elas vão levar mais tempo do que seus colegas para aprender as
regras. O foco principal da ajuda adicional nos primeiros anos deve ser
aprender as regras do comportamento social adequado.
ESTRATÉGIAS
- Reconhecer as principais rotinas do dia.
- Aprender a participar e responder apropriadamente.
- Responder a perguntas e instruções dadas oralmente.
- Aprender a respeitar a vez de cada um, dividir, dar e receber.
- Aprender a fazer fila.
- Aprender a sentar no chão na hora da rodinha.
- Aprender comportamentos apropriados.
- Aprender as regras da escola e da classe, tanto as formais quanto as informais.
- Trabalhar independentemente.
- Trabalhar em cooperação com os outros.
- Fazer e manter amizades.
- Desenvolver de habilidades de auto-ajuda e tarefas práticas.
- Tomar conta, se preocupar com os outros.
HORA DE BRINCAR
Algumas
ajudas adicionais na inclusão de crianças pequenas com Síndrome de Down
durante a hora da brincadeira podem ser necessárias. Porém, qualquer
ajuda de adulto que a criança tiver, se não for usado com sensibilidade,
pode erguer uma barreira entre a criança e seus colegas, o que, junto
com a dificuldade de fala e linguagem, pode tornar as coisas muito mais
difíceis para a criança com Síndrome de Down:
- Começar independentemente a brincar com outras crianças.
- Entender as regras do jogo.
- Entender as regras de “ser amigo”.
ESTRATÉGIAS
- Encoraje o aprendizado cooperativo em trabalho com um parceiro ou num grupo pequeno.
-
Não coloque sempre o aluno junto com o grupo menos capaz ou menos
motivado. Alunos com Síndrome de Down se beneficiam por trabalhar com
crianças mais capazes se as tarefas forem adequadamente diferenciadas.
-
Promova a conscientização sobre as deficiências através de, por
exemplo, uma discussão com toda a classe ou a escola. É importante que
os alunos se familiarizem com o colega com Síndrome de Down, entendam
seus pontos fortes, seus pontos fracos, sua capacidade e também
reconheçam que ele tem as mesmas necessidades emocionais e sociais do
que eles próprios.
- Se achar adequado, promova uma alternância de amigos ou um sistema de colega de apoio para ajudar na inclusão.
- Use a ajuda dos colegas no lugar de adultos sempre que possível.
- Organize apoio para oferecer sessões de brincadeira estruturadas na hora do recreio.
- Encoraje a participação do aluno em atividades extra-curriculares com os colegas da escola (clubes de livro, esportes, etc).
-
Encoraje habilidades de independência e vida prática, por exemplo,
dando-lhe responsabilidades – devolver livros, levar mensagens, etc.
- Encoraje-o a conhecer a si mesmo, respeitar a própria identidade, promova sua auto-estima e auto-confiança.
- Promova o entendimento através de teatro, livros, figuras ou na hora da rodinha.
COMPORTAMENTO
Não
há problemas de comportamento característicos de crianças com Síndrome
de Down. Porém, muito de seu comportamento estará relacionado a seu
nível de desenvolvimento. Então, quando ocorrem problemas, eles são
geralmente parecidos com aqueles vistos em crianças de desenvolvimento
típico mais novas.
Além
disso, crianças com Síndrome de Down cresceram tendo que lidar com mais
dificuldades do que muitos de seus colegas. Muito do que se espera que
eles façam em seu dia-a-dia será muito mais difícil de conseguir fazer
devido a seus problemas de comunicação, audição, memória, coordenação
motora, concentração, e dificuldade de aprendizado. Os problemas de
comportamento podem, portanto, ser desencadeados em algumas situações
aparentemente banais. Por exemplo, eles podem se sentir frustrados ou
ansiosos com mais facilidade. Então, o fato da criança ter Síndrome de
Down não necessariamente quer dizer que ela vá apresentar
inevitavelmente problemas de comportamento, mas a natureza de suas
dificuldades os fazem mais vulneráveis a desenvolver problemas de
comportamento.
Uma
questão particular dos problemas de comportamento são as estratégias
para escapar das tarefas. Pesquisas mostram que, como muitos alunos com
necessidaes educacionais especiais, crianças com Síndrome de Down
costuma adotar estas estratégias que comprometem o progresso de seu
aprendizado. Alguns alunos usam comportamentos anti-sociais para
distrair a atenção dos adultos e escapar do trabalho, e parecem apenas
aceitar fazer tarefas que exigem muito pouco de sua capacidade
cognitiva.
É
importante o professor ficar atento à possibilidade destas estratégias e
saber separar comportamento imaturo de mau-comportamento deliberado, e
assegurar que o nível de desenvolvimento e não a idade cronológica da
criança seja levado em consideração, junto com sua capacidade de
entender instruções dadas oralmente. Qualquer recompensa a ser oferecida
trambém deve levar em conta estes fatores.
ESTRATÉGIAS
- Assegurar que as regras são claras
-
Assegurar que todos os funcionários da escola saibam que a criança com
Síndrome de Down deve obedecer às regras como qualquer aluno.
-
Utilizar instruções curtas, precisas e claras e gestos e expressões que
as confirmem – explicações longas e complexas não são apropriadas.
- Distinguir o “não consigo fazer” do “não vou fazer”
-
Investigar qualquer comportamento inapropriado, perguntando a si mesmo
por que a criança está agindo deste modo: a tarefa é muito fácil ou
muito difícil ? A tarefa é muito longa ? O trabalho é adequado para a
criança ?
- O aluno compreende o que é esperado dele ?
-
Encorajar comportamento positivo desenvolvendo figuras de bom
comportamento. Por exemplo, mostrar uma foto da turma ou de um grupo
arrumando a sala direitinho, pode ser o bastante para encorajá-lo a
fazer o mesmo.
- Reforçar o comportamento desejado imediatamente com sinais de aprovação visuais ou orais.
- Ignorar tentativas de chamar a atenção dentro do possível – o seu propósito é criar distração
-
Desenvolver uma série de estratégias para lidar com a tentativa de
escapar: algumas funcionarão melhor que outras com algum um aluno em
particular.
-
Assegurar que o professor de apoio não seja o único lidando com o
mau-comportamento. O professor da turma tem a responsabilidade sobre a
criança.
- Assegurar que a criança trabalhe com colegas que sejam bons modelos em comportamento.
PRÁTICAS DE SALA DE AULA
Muitos
alunos com Síndrome de Down, assim como outros alunos com necessidades
educacionais especiais, não se adaptam a algumas práticas de sala de
aula: aulas expositivas para a turma inteira, aprender ouvindo, e
trabalho de reforço baseado em exercícios sem modificação. Portanto, os
professores precisam analisar suas práticas de sala de aula e todo o
ambiente de aprendizado na classe de forma que as atividades, os
materiais e os grupos de alunos sejam levados em conta. Para certos
propósitos, a habilidade será menos importante do que os estilos de
aprender de cada aluno. É importante, por exemplo, utilizar a motivação e
a oportunidade para aprender com bons modelos que surgem quando o
alunos com Síndrome de Down está trabalhando em grupo os colegas.
Estudos
mostram que não apenas os alunos com necessiades educacionais especiais
preferem trabalhar em grupo, mas o grupo cooperativo fomenta o
aprendizado.
ESTRATÉGIAS
Decida quando a criança deve trabalhar:
- Em atividades com toda a classe.
- Em grupo ou em pares na classe.
- Em grupo ou em pares numa área afastada.
- Individualmente independentemente ou individualmente com o professor.
Decida quando a criança deve ficar:
- Sem apoio.
- Com apoio dos colegas.
- Com apoio do professor assistente.
- Com apoio do professor da turma.
- Faça um Plano de Educação Individual para atingir determinadas áreas que necessitem atenção.
- Produza uma grade de horários visualmente atraente para que a criança entenda a estrutura do seu dia.
LEITURA
Há
muitas pesquisas destacando a forte ligação entre a leitura e o
desenvolvimento da linguagem em crianças com Síndrome de Down e a
leitura é uma área do currículo em que muitas destas crianças podem se
sair muito bem. Como a palavra escrita faz com que a linguagem se torne
visual, os textos impressos superam a dificuldade do aprendizado pela
audição.
A leitura pode portanto ser usada para:
- Ajudar o entendimento.
- Ajudar a acessar o currículo.
- Melhorar as habilidades de fala e linguagem.
ESCRITA
Produzir
qualquer forma de trabalho escrito é uma tarefa muito complexa. As
dificuldades de memória curta, fala e linguagem, sistema motor fino e
organização e sequenciamento de informação provocam um impacto
considerável na aquisição e desenvolvimento da escrita para muitos
alunos com Síndrome de Down.
Áreas de especial dificuldade:
- Colocar as palavras em sequência para formação da frase.
- Colocar eventos-informação em sequência na ordem correta.
- Organização de pensamentos e informação relevante no papel.
ESTRATÉGIAS
-
Investigar recursos adicioais para ajudar a escrita como um processo
físico – diferentes tipos instrumentos para escrever, apoio tátil para
empunhar o lápis, linhas grossas, quadrados no papel para limitar o
tamanho da letra, papel com pauta, quadriculado, quadro individual para
escrever, programas de computador.
-
Oferecer apoio visual – flash cards (cartões de leitura com figura ou
foto e palavra), palavras-chave e símbolos gráficos escritos em cartões.
-
Oferecer métodos alternativos de memorização: sublinhar ou circular a
resposta correta, sequência de frases com cartões, programas de
computador específicos, utilizar o método Cloze (subtração sistemática
de palavras, substituídas por lacunas num texto a ser aprendido).
- Garanta que os alunos só escrevam sobre assuntos que estejam dentro de sua experiência e entendimento.
- Ao copiar do quadro, sublinhe ou destaque uma versão mais curta que focalize o que é essencial para o aluno.
- Encorajar o uso de letra cursiva para ganhar fluência.
ORTOGRAFIA
Como
a leitura, não é indicado confiar apenas na fonética para resolver
problemas de ortografia, uma vez que muitas crianças com Síndrome de
Down estarão soletrando palavras a partir da sua memória visual. Porém,
para desenvolver e expandir sua habilidade de leitura elas vão precisar
aprender algumas noções fonéticas , mas o desenvolvimento nesta área
pode ser mais lento do que o de seus colegas.
ESTRATÉGIAS
Devido às habilidades de fala e linguagem mais fracas e o vocabulário limitado, é importante:
- Ensinar palavras que eles entendam.
- Ensinar palavras objetivando promover o desenvolvimento de sua fala e linguagem.
- Ensinar palavras necessárias para matérias específicas.
- Ensinar ortografia da maneira mais visual possível.
-
Usar métodos multi-sensoriais – por exemplo, olhe-cubra-escreva-cheque,
cartões com figuras e palavras, acompanhar com o dedo as letras.
- Reforçar os significados de palavras abstratas com figuras e símbolos.
- Colorir grupos e padrões de letras similares dentro das palavras.
- Oferecer um banco de palavras com figuras agrupado alfabeticamente para reforçar o significado.
- Trabalhar atividades de ortografia no computador.
- Ensinar famílias de palavras simples e básicas.
Bibliografia
Sandy Alton, da Down´s Syndrome Association, distribuído pelo Ministério da Educação britânico
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